A Comissão de Compensação das Nações Unidos (UNCC, na sigla em inglês), que supervisiona as indenizações pagas às vítimas da invasão do Kuwait pelo Iraque em 1990, informou nesta quarta-feira (29) que pagou US$ 888,6 milhões provenientes de fundos gerados pelo setor de petróleo iraquiano para compensar perdas e danos sofridos por governos e empresas privadas. Segundo a UNCC, o dinheiro será destinado a 13 requerentes no Kuwait, dois na Arábia Saudita e um nos Estados Unidos.
A comissão não revelou a identidade dos requerentes, mas afirmou que todos são órgãos governamentais, exceto o requerente dos EUA, que é uma empresa privada que receberá US$ 162,6 milhões. A UNCC, formada pelos 15 países membros do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), informou que pagou até agora quase US$ 26,3 bilhões da indenização total aprovada de US$ 52,4 bilhões. O dinheiro para pagar as indenizações é oriundo das vendas de petróleo do Iraque. Mais de 1,5 milhão de requerentes já foram pagos, restando apenas 12 sem pagamento.
Até a invasão do Iraque em 2003 pelos Estados Unidos, que derrubou o ditador Saddam Hussein, a UNCC recebeu 25% dos fundos através do programa petróleo por comida da ONU, que permitiu que o regime iraquiano deposto vendesse petróleo e comprasse comida, remédios e outros itens humanitários apesar de sanções internacionais. Desde a invasão, a quantia que a UNCC recebe das exportações de petróleo e produtos derivados do Iraque caiu para 5%. Em abril, a UNCC pediu ajuda a seus membros para recuperar mais de US$ 80 milhões em pagamentos feitos para milhares de requerentes.
Eleições
Faraj AL-Haidari, uma autoridade eleitoral iraquiana, disse hoje que as eleições provinciais no país podem ser adiadas em um mês se o Parlamento não conseguir aprovar uma medida restabelecendo a representação garantida de minorias em assembléias regionais.
Segundo ele, se o Parlamento não aprovar a representação dentro de uma semana, o prazo limite para as eleições, em 31 de janeiro, terá de ser estendido por um mês. Após meses de impasse, o Parlamento iraquiano aprovou em outubro uma lei que abre caminho para eleições regionais. A medida acabou com as cotas para os cristãos e outras minorias, que desde então exigem a volta de suas cotas.