Cerca de 500 milhões de pequenos agricultores passam fome no mundo, afirmou hoje Olivier de Schutter, especialista da Organização das Nações Unidas (ONU) em direito à alimentação.
Schutter atribui a situação, em parte, ao fato de o direito à terra estar sendo ameaçado por governos, fundos soberanos e especialmente por investidores locais e estrangeiros.
Segundo o especialista da ONU, 30 milhões de hectares de terras cultiváveis são perdidos todos os anos para a especulação com terras, para a degradação ambiental e para conversão ao uso industrial ou urbano.
Em entrevista coletiva, Schutter, que é consultor independente do Conselho de Direitos Humanos da ONU, disse que a atual elevação do preço dos alimentos – especialmente do arroz, do milho e do trigo – é motivo de apreensão e quase certamente provocará a elevação do número de pessoas cronicamente famintas. No mês passado, o Programa Mundial de Alimentação de ONU estimou em 925 milhões o número de pessoas cronicamente famintas no mundo.