ONU mantém suspensa missão na Síria diante do aumento da violência

A ONU decidiu manter a suspensão das operações dos observadores na Síria diante da continuação da violência no país árabe, declarou nesta terça-feira ao Conselho de Segurança o subsecretário-geral para Operações de Paz das Nações Unidas, Hervé Ladsous.

O chefe dos “boinas azuis” afirmou que as condições no local são ainda “muito perigosas” para os militares desarmados que integram a Missão de Supervisão das Nações Unidas na Síria (UNSMIS), relataram à Agência Efe fontes diplomáticas do Conselho.

Ladsous informou ao Conselho de Segurança que as condições atuais, em que impera o aumento dos conflitos entre a oposição e as forças do governo de Bashar al Assad, não são propícias para retomar as operações dos observadores, suspensas em 16 de junho.

Os 300 observadores que a ONU levou à Síria acusam, além da violência, a falta de cooperação de Damasco em assuntos técnicos relacionados às telecomunicações e agora concentram seus esforços em ajudar as organizações humanitárias que trabalham no país.

O chefe da UNSMIS, o general norueguês Robert Mood, justificou a suspensão das operações, há dez dias, dizendo que o aumento da violência limitava sua “capacidade de observar, verificar e informar, assim como de apoiar o diálogo local e os projetos de estabilidade”, argumentou.

Ladsous participa hoje de uma reunião a portas fechadas com os membros do Conselho de Segurança e, por videoconferência, com o ex-ministro de Relações Exteriores palestino Nasser al Qudua, adjunto ao enviado especial para a Síria, Kofi Annan, que tenta salvar o plano de paz elaborado para o país.

A atenção se concentra também na possível realização, em 30 de junho em Genebra, de uma conferência sobre a Síria apoiada por Annan e na qual a Rússia já anunciou que estará presente.

Esse encontro deve reunir os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia), que já receberam o convite, e os países com influência sobre a região, entre os quais, segundo defendeu o enviado especial, deveria estar o Irã.

No entanto, a reunião está em suspenso, segundo fontes diplomáticas, que afirmaram que as potências ocidentais duvidam de sua efetividade.

Além disso, falta consenso quanto aos participantes da reunião, já que a presença de Teerã não agrada aos Estados Unidos nem à Arábia Saudita, entre outros.

Após 16 meses de conflito, calcula-se que mais de 15 mil pessoas tenham morrido na Síria, cerca de 230 mil se deslocaram internamente no país e mais de 60 mil buscaram refúgio em países limítrofes, segundo dados das Nações Unidas.

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