A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) anunciou ontem o primeiro pilar de sua estratégia para reconstruir o Haiti e tentar acabar com mais de duas décadas de dependência da ajuda internacional. O programa está orçado em US$ 700 milhões e dá prioridade a investimentos no setor rural, prevendo até mesmo o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Ontem, a ONU também pediu o cancelamento da dívida haitiana para evitar um cenário de “miséria econômica”.
O dinheiro pedido pela FAO – que terá de ser doado pela comunidade internacional – terá como objetivo a reconstrução de infraestrutura e o aumento substancial no volume de alimentos produzidos no país caribenho. A estratégia também tem como finalidade criar postos de trabalho nas cidades do interior para os milhares de haitianos que deixaram Porto Príncipe desde o dia 12.
A primeira fase do projeto está programada para durar 18 meses e, segundo a FAO, trata-se de um dos pilares da reconstrução do país. “A situação de alimentos no Haiti já era muito frágil antes mesmo do terremoto e o país era altamente dependente de importações”, disse Alexander Jones, administrador de emergências da FAO.
Entre as medidas anunciadas pela FAO está a reconstrução de uma refinaria de açúcar destruída parcialmente na região, além de ações que incluem reflorestamento, construção de canais de irrigação e pavimentação de mais de 600 quilômetros de estradas. No curto prazo, as medidas serão concentradas na compra de sementes, materiais e fertilizantes para permitir que os agricultores possam começar a plantar já em março.