ONU: exército colombiano matou em benefício próprio

As forças de segurança da Colômbia cometeram “um número significativo” de assassinatos na última década, muitas vezes em benefício próprio, para obterem prêmios e promoções. Além disso, poucos culpados foram punidos, afirma um relatório publicado hoje por Philip Alston, especialista de direitos humanos na Organização das Nações Unidas (ONU).

Alston acompanha casos de execuções feitas à margem da lei e afirma, em um relatório de 36 páginas, que o número de “falsos positivos” atribuídos a militares foi de várias centenas e mais de 2 mil. A expressão “falsos positivos” se refere a civis mortos em locais remotos, depois vestidos com roupas de rebeldes e portando armas, para que se passassem por guerrilheiros mortos em combate.

Alston realizou uma pesquisa na Colômbia no ano passado. Segundo ele, esses assassinatos não parecem ter sido uma política de governo, mas também não são incidentes isolados, como afirmam funcionários colombianos. Essas matanças diminuíram desde que o governo tomou medida para evitá-las, em 2007, mas poucos responsáveis foram julgados, notou Alston. Segundo ele, a taxa de impunidade para os suspeitos entre as forças de segurança é de 98,5%, considerada “muito alta”.

O relatório será apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em 3 de junho. Alston também trata no documento de matanças realizadas por grupos paramilitares e guerrilheiros.