O Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), da ONU, recomenda que os governos devem agir de forma rápida e agressiva se quiserem evitar as consequências mais sérias da mudança no clima mundial. “O trem-bala da mitigação teria de deixar a estação logo, e a sociedade teria de embarcar”, disse o presidente do painel, Rajendra Pachauri, em entrevista coletiva em Berlim.
O relatório divulgado neste domingo, intitulado Mudança Climática 2014: Mitigação da Mudança de Clima, é o terceiro e último dos que foram produzidos por três grupos de trabalho. Ao lado de um relatório de síntese que deve sair em outubro deste ano, eles vão compor o 5º Relatório de Avaliação do IPCC, previsto para 2015.
O documento diz que as emissões dos gases que provocam o efeito estufa e que podem estar provocando um aquecimento global cresceram mais rapidamente entre 2000 e 2010 do que em cada uma das três décadas anteriores. A crise econômica global de 2007/2008 reduziu temporariamente as emissões, mas não mudou a tendência.
O relatório inclui vários cenários possíveis com medidas para mitigar o aquecimento global. O IPCC diz que o crescimento econômico e o da população superaram a expansão das tecnologias de energia mais eficientes. O órgão pede coordenação internacional para lidar com os desafios associados à mudança do clima; entre as medidas sugeridas estão o estabelecimento de instituições que estabeleçam preços para as emissões de gás carbônico, a adoção de impostos sobre emissões e o aumento dos investimentos em energia renovável.
Ottmar Edenhofer, um dos presidentes do grupo de trabalho que preparou esse relatório, disse que qualquer demora na adoção de medidas fará os cursos crescerem mais tarde, e que a redução da mudança climática não será conseguida “se empresas e governos avançarem seus interesses independentemente”. Ele ressalvou que adotar medidas para mitigar o aquecimento global “não significa que a comunidade mundial terá de sacrificar crescimento. A política climática não é um almoço grátis, mas poderá ser um almoço que vale a pena comprar”.
Vários estudos mostram que a temperatura média da Terra já se aqueceu em 0,8°C desde 1900. Em 2010, os governos de quase 200 países concordaram em reduzir as emissões dos gases que provocam o efeito estufa, de modo a assegurar que a temperatura média do planeta não suba mais de 2°C acima dos níveis anteriores à Revolução Industrial.
Cientistas dizem que é crucial evitar aquela elevação de 2°C na temperatura média da Terra, porque uma elevação traz riscos de mudanças de alto impacto, como o derretimento do gelo da Groenlândia, cujo custo poderia ser inaceitavelmente alto. No atual ritmo de emissões de gases do efeito estufa, a ONU sugere que a elevação de 2°C será atingida mais cedo, e não mais tarde.
Caso as emissões sejam reduzidas, mas permaneçam em níveis elevados, os modelos dos cientistas indicam que o aquecimento global atingirá de 1°C e 2.2°C acima dos níveis pré-industriais até a metade deste século. Mas se as emissões forem mantidas no nível atual, a previsão para a metade do século é uma elevação de 2°C a 3,2° acima dos níveis pré-industriais.
“Somente uma grande mudança institucional e tecnológica dará uma chance maior de 50% de que o aquecimento global não supere aqueles limites”, diz o relatório. O IPCC conclui que as emissões dos gases que provocam o efeito estufa terão de ser reduzidas até meados do século em 40% a 70% em comparação com o nível de 2010, e para perto de zero até o fim do século.
“Uma variedade de opções está sendo oferecida aos governos, e eles poderá tomar as decisões que quiserem”, disse o cientista Ed Hawkins, da Universidade de Reading, na Inglaterra, autor de um relatório anterior do IPCC.
Mudanças de grande escala, exigidas especialmente dos governos e dos setores de transportes e geração de energia, vão requerer gastos enormes e têm sido objeto de controvérsias e de resistência significativa em vários setores. Pachauri disse que a análise dos custos e benefícios de medidas para mitigar o aquecimento global é “uma questão complicada”, mas advertiu contra dar um preço em dólar à perda de vidas humanas, ecossistemas, oceanos e vida marítima ameaçados pela mudança no clima global. “A questão do custo tem de ser vista do ponto de vista do que acontecerá se não adotarmos essas medidas”, acrescentou.
Ele também disse que tem “todas as razões para ser otimista” com a perspectiva de que os governos levem em conta as recomendações. A íntegra do relatório em inglês está disponível em O Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), da ONU, recomenda que os governos devem agir de forma rápida e agressiva se quiserem evitar as consequências mais sérias da mudança no clima mundial. “O trem-bala da mitigação teria de deixar a estação logo, e a sociedade teria de embarcar”, disse o presidente do painel, Rajendra Pachauri, em entrevista coletiva em Berlim.
O relatório divulgado neste domingo, intitulado Mudança Climática 2014: Mitigação da Mudança de Clima, é o terceiro e último dos que foram produzidos por três grupos de trabalho. Ao lado de um relatório de síntese que deve sair em outubro deste ano, eles vão compor o 5º Relatório de Avaliação do IPCC, previsto para 2015.
O documento diz que as emissões dos gases que provocam o efeito estufa e que podem estar provocando um aquecimento global cresceram mais rapidamente entre 2000 e 2010 do que em cada uma das três décadas anteriores. A crise econômica global de 2007/2008 reduziu temporariamente as emissões, mas não mudou a tendência.
O relatório inclui vários cenários possíveis com medidas para mitigar o aquecimento global. O IPCC diz que o crescimento econômico e o da população superaram a expansão das tecnologias de energia mais eficientes. O órgão pede coordenação internacional para lidar com os desafios associados à mudança do clima; entre as medidas sugeridas estão o estabelecimento de instituições que estabeleçam preços para as emissões de gás carbônico, a adoção de impostos sobre emissões e o aumento dos investimentos em energia renovável.
Ottmar Edenhofer, um dos presidentes do grupo de trabalho que preparou esse relatório, disse que qualquer demora na adoção de medidas fará os cursos crescerem mais tarde, e que a redução da mudança climática não será conseguida “se empresas e governos avançarem seus interesses independentemente”. Ele ressalvou que adotar medidas para mitigar o aquecimento global “não significa que a comunidade mundial terá de sacrificar crescimento. A política climática não é um almoço grátis, mas poderá ser um almoço que vale a pena comprar”.
Vários estudos mostram que a temperatura média da Terra já se aqueceu em 0,8°C desde 1900. Em 2010, os governos de quase 200 países concordaram em reduzir as emissões dos gases que provocam o efeito estufa, de modo a assegurar que a temperatura média do planeta não suba mais de 2°C acima dos níveis anteriores à Revolução Industrial.
Cientistas dizem que é crucial evitar aquela elevação de 2°C na temperatura média da Terra, porque uma elevação traz riscos de mudanças de alto impacto, como o derretimento do gelo da Groenlândia, cujo custo poderia ser inaceitavelmente alto. No atual ritmo de emissões de gases do efeito estufa, a ONU sugere que a elevação de 2°C será atingida mais cedo, e não mais tarde.
Caso as emissões sejam reduzidas, mas permaneçam em níveis elevados, os modelos dos cientistas indicam que o aquecimento global atingirá de 1°C e 2.2°C acima dos níveis pré-industriais até a metade deste século. Mas se as emissões forem mantidas no nível atual, a previsão para a metade do século é uma elevação de 2°C a 3,2° acima dos níveis pré-industriais.
“Somente uma grande mudança institucional e tecnológica dará uma chance maior de 50% de que o aquecimento global não supere aqueles limites”, diz o relatório. O IPCC conclui que as emissões dos gases que provocam o efeito estufa terão de ser reduzidas até meados do século em 40% a 70% em comparação com o nível de 2010, e para perto de zero até o fim do século.
“Uma variedade de opções está sendo oferecida aos governos, e eles poderá tomar as decisões que quiserem”, disse o cientista Ed Hawkins, da Universidade de Reading, na Inglaterra, autor de um relatório anterior do IPCC.
Mudanças de grande escala, exigidas especialmente dos governos e dos setores de transportes e geração de energia, vão requerer gastos enormes e têm sido objeto de controvérsias e de resistência significativa em vários setores. Pachauri disse que a análise dos custos e benefícios de medidas para mitigar o aquecimento global é “uma questão complicada”, mas advertiu contra dar um preço em dólar à perda de vidas humanas, ecossistemas, oceanos e vida marítima ameaçados pela mudança no clima global. “A questão do custo tem de ser vista do ponto de vista do que acontecerá se não adotarmos essas medidas”, acrescentou.
Ele também disse que tem “todas as razões para ser otimista” com a perspectiva de que os governos levem em conta as recomendações. A íntegra do relatório em inglês está disponível em http://www.ipcc.ch/report/ar5/wg3/. Fonte: Dow Jones Newswires.