A Organização das Nações Unidas (ONU) vai manter sua missão na Costa do Marfim e seus voos no interior do país, apesar da imposição de uma zona de exclusão aérea para aviões da entidade, adotada pelo presidente Laurent Gbagbo. A informação foi divulgada por Martin Nesirky, porta-voz do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Nesirky disse também que Ban deve divulgar um comunicado ainda hoje.
Gbagbo continua na presidência do país embora a ONU e a comunidade internacional afirmem que ele perdeu a eleição realizada no ano passado para Alassane Ouattara. Sua decisão de não permitir que aviões da ONU se desloquem pela Costa do Marfim pode complicar o retorno de Ouattara, que participa de uma reunião da União Africana na Etiópia.
Ouattara partiu na terça-feira, da capital comercial do país, Abidjã, num helicóptero da ONU. Ele foi até a cidade de Bouake, onde pegou um jato particular em direção à Etiópia. O objetivo da reunião é encontrar uma solução para encerrar a crise, que já dura três meses. Segundo a televisão estatal, Gbagbo, que se recusa a deixar o cargo, não vai participar da reunião, mas enviou uma delegação.
A viagem de Ouattara para a Etiópia marca a primeira vez que ele deixou o país desde o início do impasse político, mas seu porta-voz considerou a ordem de Gbagbo em relação às aeronaves da ONU como mais uma ameaça vazia. “Laurent Gbagbo já não é o presidente da Costa do Marfim. Suas decisões não significam nada”, disse Patrick Achi. “Ele disse para os embaixadores irem embora, eles continuam. Ele disse para a ONU sair, sua missão foi reforçada. Ele disse que os helicópteros não poderiam mais voar, os helicópteros estão voando sobre Abidjã”. As informações são da Associated Press.