ONU diz que fome provoca um ‘tsunami silencioso’

A ONU declarou a crise dos alimentos a pior em quase meio século e alertou que 100 milhões de pessoas já estão sendo afetadas pela alta nos preços dos alimentos dos últimos meses, aprofundando a pobreza em todos os continentes. Para a entidade, o mundo está sofrendo um ?tsunami silencioso?. Nos últimos dias, a ONU pediu que as tropas internacionais mantivessem a segurança não apenas em locais considerados perigosos, mas também nos mercados públicos e nos locais de estoque de comida.

Para tentar lidar com a crise, o Programa Mundial de Alimentação da ONU (PMA) mobilizou 30 navios, 5 mil caminhões e 70 aviões em vários países. Mesmo assim, a agência da ONU diz que a crise é a pior em 45 anos desde que foi criada. ?Essa é a nova face da fome. Pessoas que há seis meses não passavam fome, hoje são vítimas?, afirmou Josette Sheeran, diretora do PMA.

Ontem, na capital de Burkina Faso, Ouagadougou, o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, fez questão de tratar do assunto com as autoridades locais para tentar encontrar uma solução. No país africano, a crise já gerou protestos violentos, mortes e prisões. ?A seca atingiu a agricultura e a produção. O resultado é uma falta de alimentos que está ameaçando agravar ainda mais a economia de Burkina Faso?, afirmou Ban Ki Moon. Ele afirmou a seus assessores mais próximos que a crise é a mais preocupante a atingir o mundo em décadas e que tem o potencial de colocar em segundo plano qualquer debate sobre mudanças climáticas e aids.

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