O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) deve manter silêncio sobre os confrontos entre manifestantes tibetanos e a polícia chinesa, por acreditar que uma possível agressão a Pequim não ajudaria na solução do conflito, afirmaram nesta segunda-feira (17) diplomatas. A China é um dos cinco integrantes permanentes do grupo formado ainda por Estados Unidos, Rússia, França e Grã-Bretanha.
"Este assunto não surgirá no Conselho", disse o representante chinês no órgão da ONU Liu Zhenmin. "Isto não tem relação com a paz e a segurança, isto é violência local, um assunto doméstico" afirmou. Mesmo se a questão fosse colocada para discussão no Conselho de Segurança, a China poderia vetar qualquer tipo de decisão, já que possui decisão de voto.
O representante russo no órgão, Vitaly Churkin, afirmou que ele não acredita que as 15 nações que integram o grupo discutirão a questão do Tibete. Outros embaixadores confirmaram a posição do colega russo. Um diplomata, em condição de anonimato, afirmou que o Conselho deve guardar silêncio sobre o conflito. "Acredito que a idéia é que se o tema for discutido, será rejeitado pela China e não alcançaremos nada", afirmou.
Ataques
A China denunciou nesta segunda (17) a realização de ataques por ativistas pró-Tibete contra as embaixadas do país, horas antes do final de um prazo dado para que os responsáveis pelos distúrbios em Lhasa a capital tibetana, se entregassem. Mais cedo, o governador da região controlada pela China há 50 anos anunciou que pelo menos 16 pessoas teriam morrido nos confrontos em Lhasa, capital da província, enquanto o governo tibetano exilado na Índia diz que dezenas já morreram.
O Ministério das Relações Exteriores anunciou que o governo chinês fará todo o possível para preservar integridade territorial do país. A declaração surgiu enquanto cerca de 40 estudantes ocupavam a Universidade Central para Nacionalidades, em Pequim, marcando a chegada das manifestações pró-Tibete à capital chinesa.