O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, criticou repetidamente o Quirguistão por problemas de direitos humanos. A reprimenda veio no segundo dia de uma viagem por cinco países da região, um trajeto pensado para chamar a atenção para a importância estratégica da região de fronteira com Rússia, Afeganistão, China e Irã.
Anteriormente, o país era conhecido como a “ilha da democracia”. Quando o país se tornou independente depois de 1991, com o colapso da União Soviética, ganhou rapidamente a reputação por ser comparativamente progressista, em oposição aos regimes autocráticos que tomaram conta de grande parte das repúblicas na Ásia Central. Mas, depois de Kurmanbek Bakiyev tornou-se presidente, a liberdade de imprensa diminuiu e os ativistas da oposição começaram a reclamar de pressão crescente.
“Para as Nações Unidas, a proteção dos direitos humanos é um princípio básico se um país quer prosperar”, disse o secretário-geral da ONU no parlamento do Quirguistão. “Francamente, senhoras e senhores, os eventos recentes tem sido preocupantes, incluindo os últimos dias. Eu repito: todos os direitos humanos devem ser protegidos, incluindo a liberdade de expressão e da mídia”, afirmou.
Ban Ki-moon não citou de forma específica, mas a referência a últimos dias, aparentemente, remete à apreensão de computadores em um jornal independente, sob alegação de utilizar um software pirata. O representante da ONU acrescentou que “também falou ao presidente (Bakiyev) para orientar as políticas para a promoção de conquistas democráticas do Quirguistão, incluindo imprensa livre”.
Quando Ban Ki-moon estava para fazer o discurso, cerca de 50 policiais interceptaram um grupo pequeno de manifestantes ao lado de fora da entrada do prédio. Uma dúzia de ativistas carregada bandeiras pedindo liberdade de expressão e respeito aos direitos humanos.