O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) criticou hoje a Grécia por uma séria deterioração nas condições dos centros de detenção para os imigrantes ilegais ao longo da fronteira greco-turca, na Trácia. A crítica, bem como a denúncia das condições, se segue a uma alteração importante na rota do tráfico de seres humanos e de imigrantes, que antes usava mais as ilhas do Mar Egeu para levar clandestinos da Ásia à Grécia, e agora passou a usar como rota a fronteira de 200 quilômetros entre os dois países.

continua após a publicidade

A ACNUR disse que os imigrantes clandestinos detidos na fronteira estão sendo amontoados pelas autoridades gregas em celas pequenas, em “terríveis condições de higiene”. “Essa é uma emergência que precisa de ação urgente, uma vez que ela não pode ser gerenciada pelas atuais estruturas administrativas e reservas humanas”, disse Giorgos Tsarbopoulos, chefe da ACNUR na Grécia.

Funcionários do governo grego não puderam ser encontrados para comentar o problema, mas o governo socialista da Grécia prometeu melhorar as condições de higiene nas prisões para imigrantes clandestinos. A Grécia virou um dos pontos de trânsito de imigrantes ilegais mais usados na União Europeia, o que frequentemente sobrecarregou as autoridades locais, apesar da assessoria da agência europeia para fronteiras, a Frontex.

Funcionários da ACNUR constataram na província grega de Evros (Maritsa) “uma severa deterioração na situação de detenção de novos imigrantes, devido à superlotação dos atuais centros de detenção. Homens, mulheres e crianças dividem pequenos espaços, em condições terríveis de higiene e sem acesso a quintais. Serviços essenciais como informações, comunicação numa linguagem que essas pessoas compreendam e aconselhamento jurídico sobre pedido de asilo estão totalmente ausentes”, segundo o órgão.

continua após a publicidade