O responsável da Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA), Filippo Grandi, afirmou nesta sexta-feira que convidou o Brasil para fazer parte do Conselho da ONU para Refugiados Palestinos.

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Em entrevista coletiva no Rio de Janeiro na qual fez um balanço de sua visita de cinco dias ao país, Grandi disse que formulou oficialmente o convite durante o encontro que teve em Brasília com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.

“O Brasil é um exemplo para os países doadores tradicionais”, declarou o comissário geral da UNRWA ao elogiar a disposição do governo de aumentar suas contribuições voluntárias para ajudar aos palestinos.

Segundo Grandi, “o Brasil também é líder entre os países que estão emergindo no cenário global” e acrescentou que, em sua opinião, essas outras nações emergentes e latino-americanas “deveriam assumir um papel mais relevante na solidariedade e na cooperação internacional”.

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O país é o maior doador à UNRWA entre os Brics, bloco de países emergentes do qual também fazem parte Rússia, Índia, China e África do Sul.

Para ser aceito como integrante do conselho consultivo da UNRWA, integrado atualmente por 23 países, o Brasil tem que elevar suas doações aos refugiados palestinos até US$ 15 milhões em três anos.

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O governo aumentou sua contribuição de US$ 700 mil no ano passado para US$ 7,5 milhões neste ano, e por isso teria que doar US$ 6,8 milhões em 2013 para cumprir o requisito.

A entrada no conselho, no entanto, tem que ser previamente aprovada pela Assembleia Geral da ONU.

Em declarações a jornalistas depois que o Brasil recebeu pela primeira vez em missão oficial um representante da UNRWA desde que esta agência foi criada, em 1949, o chanceler Antonio Patriota admitiu o interesse do governo em fazer parte do Conselho.

Grandi disse ainda que na sua visita ao país iniciou negociações para acordos de cooperação com o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro.

O diplomata conversou com o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, sobre um acordo de cooperação na área agrícola. Com as autoridades do Rio tratou um acordo na área de segurança para aproveitar a experiência das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP).

“As favelas são muito parecidas com os campos de refugiados palestinos e vamos estudar programas aplicados no Rio de Janeiro que possamos adaptar”, explicou.

O Brasil recebeu entre 2007 e 2009 grandes grupos de refugiados palestinos que viviam no Iraque, um terço dos quais foi assentado no Rio Grande do Sul.