Pelo menos 331 pessoas morreram no leste da Ucrânia desde o acordo de cessar-fogo entre separatistas pró-Rússia e tropas do governo, informou a Organização das Nações Unidas nesta quarta-feira.

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As hostilidades persistem no principal reduto rebelde, a cidade de Donetsk, assim como nas proximidades das cidades de Debaltseve e Schastye.

O aeroporto de Donetsk, foco da maior parte dos combates, não tem significado tático imediato para as forças separatistas, que não tem poder aéreo. Porém, o fato de o governo manter o controle da instalação dá às suas forças uma posição estratégica de ataque contra as posições rebeldes na cidade.

Pelo menos 3.660 pessoas morreram nos seis meses de combates, segundo estimativas da ONU. A organização diz que algumas das mortes relatadas desde a trégua de 5 de setembro podem incluir pessoas que morreram antes desta data.

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A Câmara Municipal de Donetsk informou nesta quarta-feira que três civis morreram após ataques realizados durante a noite. Durante a manhã não havia sinais de tumulto na cidade.

O Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, disse em comunicado que a crise de segurança precisa ser enfrentada para que os moradores do leste da Ucrânia possam recuperar seus direitos à educação, saúde, moradia e emprego.

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A ONU estima que cerca de 5 milhões de pessoas foram privadas de seus direitos básicos no leste ucraniano.

“Embora o cessar-fogo seja uma medida muito bem-vinda na direção do encerramento do conflito no leste da Ucrânia, eu peço a todos os envolvidos que genuinamente respeitem e defendam a trégua e interrompam os ataques contra civis e contra a infraestrutura civil”, disse Zeid.

Rebeldes e autoridades do governo culpam-se mutuamente pela morte de civis.

O relatório da ONU cita o governo ucraniano dizendo que mais de 4.500 prédios residenciais foram danificados ou destruídos nos combates. Pelo menos 22 bairros continuam sem água corrente e outros 93 não recebem eletricidade, diz o documento.

A falta de habitação apropriada está se tornando particularmente preocupante com a aproximação do inverno, quando as temperaturas na região podem cair abaixo de zero durante várias semanas.

Segundo informações do governo, desde meados de setembro há cerca de 25.500 pessoas vivendo em abrigos inadequados para as condições do inverno, relatou a ONU. Fonte: Associated Press.