O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) advertiu sobre os riscos para o planeta do crescimento populacional, segundo dados do informe apresentado em Londres pela diretora desse órgão, Thoraya Ahmed Obaid.
O aumento da população e o alto consumo dos setores ricos “está agravando o estresse sobre o meio ambiente mundial, provocando o aumento do aquecimento global, o desmatamento, a crescente escassez de água e a diminuição das terras de cultivo”, destacou o documento.
Todos esses fatores dificultarão cada vez mais as possibilidades de abordar a pobreza e a desigualdade, acrescentou a UNFPA.
O documento informa que a população mundial, que é hoje de 6,4 bilhões de pessoas, “continua crescendo rapidamente: atualmente, em cerca de 76 milhões de pessoas por ano”. Segundo as projeções das Nações Unidas, até 2050 serão agregadas à população mundial cerca de 2,5 bilhões de pessoas, quantidade equivalente ao total da população mundial em 1950.
Continua também a migração a partir de zonas rurais de países em desenvolvimento para as cidades, as quais crescem aceleradamente.
“Até 2007, metade da população mundial será urbana. A provisão de serviços sociais, inclusive a atenção à saúde reprodutiva em zonas rurais pobres, é um problema de grande magnitude”, diz o documento.
O informe da UNFPA é resultado de uma década de pesquisas, após a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento celebrada no Cairo, em 1994, que aprovou um programa de ação em 20 anos.
O acordo do Cairo, baseado no compromisso a favor dos direitos humanos e igualdade de gênero, exortou os países a zelarem pela saúde reprodutiva e os direitos de todos, como contribuição fundamental para o desenvolvimento sustentável e a luta contra a pobreza.
O documento da UNFPA indicou, no entanto, que até o momento “o progresso atingido pelos países para colocar em prática as recomendações da conferência do Cairo de 1994 lançou as bases para maiores avanços para garantir a saúde reprodutiva, mas os problemas que restam para resolver continuam sendo de grande magnitude”.
“Há mais de 350 milhões de casais que continuam carecendo de acesso a serviços de planejamento da família. Cerca de 137 milhões de mulheres querem adiar seu próximo parto, ou adiá-lo, mas não utilizam métodos de planificação da família; outras 64 milhões utilizam métodos de menor eficácia”, continua o informe