A Organização das Nações Unidas (ONU) assumiu esta semana o comando da missão de paz na região de Darfur, no Sudão. Desde 2004, tropas União Africana atuam no local, onde a população convive com um conflito civil desde 2003.
Soldados da ONU e da União Africana passam agora a trabalhar juntos em uma força mista, autorizada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas em julho de 2007. O reforço busca proteger a população civil, facilitar a distribuição de assistência humanitária e ajudar a criar uma atmosfera de segurança para que se chegue à paz.
Deverão atuar na região cerca de 26 mil soldados. De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores (MRE), quando o secretário-geral da Nações Unidas, Ban Ki-moon, visitou o Brasil, em novembro, foi sugerido que o Brasil participasse das forças de paz.
Em setembro do ano passado, o promotor da Corte Criminal Internacional, Luis Moreno-Ocampo, também defendeu a participação brasileira na missão e chegou a dizer que ela seria fundamental. ?Nós não podemos testemunhar uma outra Ruanda e ficar em silêncio?, afirmou Ocampo, em uma coletiva na ONU.
No entanto, de acordo com o MRE, os esforços do Brasil em missões de paz estão concentrados no Haiti, onde há mais de 1,2 mil soldados brasileiros. O ministério informa que, no momento, o país tem observadores no Sudão, mas não na região de Darfur.
Desde o início dos conflitos, estima-se que mais de 200 mil pessoas morreram e pelo menos 2 milhões deixaram suas casas em Darfur. As hostilidades começaram quando um grupo rebelde, de oposição ao governo sudanês, passou a atacar alvos governamentais, alegando que o governo negligenciava a região. Em resposta, o governo iniciou uma campanha de repressão.