Cerca de 10.000 refugiados congoleses cruzaram a fronteira com Uganda em menos de 24 horas, fugindo da violência no leste da República Democrática do Congo, disseram funcionários do governo e da Organização das Nações Unidas (ONU). Os refugiados alegam estar fugindo dos confrontos entre o Exército do Congo e forças leais ao ex-general congolês Laurent Nkunda.
"O afluxo começou no fim da noite de ontem em números muito grandes", disse David Masereka, comissário do distrito ugandense de Kisoro, na fronteira com o Congo. "Nós estimamos que aproximadamente 10.000 refugiados tenham entrado. A situação no Congo é imprevisível e volátil. A passagem de refugiados tornou-se uma rotina praticamente diária aqui", explicou. Masereka disse que os refugiados foram abrigados em escolas e igrejas da região de fronteira.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) assegurou que parte dos refugiados já começava a retornar ao Congo, mas informou aos que quiserem ficar terão de se dirigir a um centro de atendimento a 20 quilômetros da fronteira onde há suprimentos emergenciais e abrigo disponíveis.
Segundo o Acnur, além dos refugiados que seguiram na direção de Uganda, milhares de pessoas fugiram para outras regiões do Congo. "Com a situação de insegurança no leste congolês, essas idas e vindas provavelmente persistirão", comentou Stefano Severe, um representante do Acnur em Uganda.