A Organização das Nações Unidas (ONU), anunciou nesta segunda-feira que governo e oposição sírios realizarão seu primeiro encontro de paz em 22 de janeiro, em Genebra, na Suíça, numa tentativa de encerrar os quase três anos de guerra civil que já deixou mais de 100 mil mortos.
Tentativas anteriores de levar os dois lados para a mesa de negociações fracassaram, principalmente por causa de disputas sobre quem deveria representar o governo sírio e a oposição e se Irã, Arábia Saudita e outras potências regionais deveriam participar do encontro.
“Iremos a Genebra com a missão da esperança”, disse o escritório do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em comunicado. “A conferência de Genebra é o veículo para uma transição pacífica que preenche as aspirações legítimas de todo o povo sírio por liberdade e dignidade, e que garante segurança e proteção para todas as comunidades na Síria.”
“O conflito na Síria se estende há muito tempo. Seria imperdoável não aproveitar esta oportunidade para encerrar o sofrimento e a destruição que tem causado”, disse Ban por meio de seu porta-voz.
O secretário-geral elogiou os esforços da Rússia, dos Estados Unidos e do enviado da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi, para a realização da conferência, que foi adiada várias vezes.
O comunicado diz que um dos principais objetivos será o “estabelecimento, com base na concordância mútua, de um corpo de governo de transição com amplos poderes executivos, incluindo sobre o Exército e os órgãos de segurança”.
“O secretário-geral espera que os representantes sírios venham a Genebra com a clara compreensão de que este é o objetivo, com a séria intenção de encerrar a guerra que já deixou mais de 100 mil mortos, retirou quase 9 milhões de suas casas, deixou incontáveis desaparecidos e detidos, provocou tremores na região e impôs pesos inaceitáveis aos vizinhos da Síria”, diz o documento.
Será a segunda vez que importantes potências se reúnem para uma conferência de paz sobre a Síria em Genebra. A primeira aconteceu em junho de 2012, quando Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França – os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – e outros Estados importantes concordaram com a formação de um governo de transição, com poderes executivos totais adotado com a anuência dos dois lados e que terminará com a realização de eleições.
Mas não há um acordo geral sobre como implementá-lo e um dos principais pontos de atrito é o futuro do presidente Bashar Assad.