O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, falou sobre a possibilidade da República Centro-Africana ser dividida como resultado da brutalidade que tomou o país e pediu uma robusta presença da força internacional no país para evitar atrocidades em massa.
Os comentários de Ban marcam a primeira vez que um representante das Nações Unidas levanta a possibilidade de o país ser dividido em regiões cristãs e muçulmanas. Ele também alertou que a resposta internacional ainda não condiz com a gravidade da situação.
Ban anunciou que está enviando ao país o assistente do secretário-geral para operações de paz, Edmond Mulet, para consultar a União Africana sobre a possibilidade de transformar a força africana em uma força de paz da ONU. A expectativa é que o secretário-geral se reporte ao Conselho de Segurança da ONU no fim deste mês ou no início do próximo com recomendações de tornar a união africana em uma operação de paz da ONU, com equipamentos melhores.
Ele também pediu à União Europeia para acelerar o envio de sua operação militar e considerar um envio adicional. A França já enviou 1.600 tropas à ex-colônia, juntando-se aos cerca de 6.000 soldados em forças de paz de nações africanas.
O país enfrenta uma escalada na violência desde o golpe de março de 2013. Desde dezembro mais de 1.000 pessoas foram mortas e cerca de um milhão foram forçadas a deixarem suas casas na República Centro-Africana. “A brutalidade sectária está mudando a demografia do país”, alertou Ban. Fonte: Associated Press.