A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou hoje para o agravamento de uma crise humanitária no leste da África, onde dezenas de milhares de crianças estão ameaçadas de morte por causa de uma severa seca e de enfrentamentos na Somália.
Somente no Quênia, enfrentam o risco agudo de morte 65 mil crianças, um número que triplicou em comparação com 2009, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Na Somália, uma de cada seis crianças morre antes de completar cinco anos. Os menores estão sofrendo as piores consequências da desnutrição e do cansaço resultantes de longas marchas pela região, bastante prejudicada pelo sol forte.
Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) advertiu que a movimentação de pessoas e as péssimas condições sanitárias, que incluem chacinas em acampamentos e povoados, aumentam o perigo de uma epidemia de cólera, febre tifoide e sarampo. A OMS afirmou que, no total, 10 milhões de pessoas no norte do Quênia, Etiópia, Somália, Eritreia e Sudão do Sul necessitam de ajuda emergencial por causa da pior seca na região em 60 anos.
Um porta-voz do Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), Adrian Edwards, afirmou em Genebra que é impossível para a ONU quantificar o número de pessoas que se desloca neste momento pelo leste africano. “Não vemos uma melhora da situação por enquanto”, disse. Milhares de somalis chegam todas as semanas ao acampamento de Dadaab, no Quênia, apontou. O acampamento, o maior do mundo em número de pessoas, aumentou nos últimos meses para quase 400 mil moradores.
Outras pessoas fugiram para a Etiópia, que está perto mas é um lugar onde as condições de vida são cada vez mais caóticas. “Nos encontramos em uma situação na qual temos dificuldades para atender o volume de novas chegadas”, resumiu o porta-voz. As informações são da Associated Press.