Os países da África subsaariana estão cada vez mais pobres, enquanto no restante do mundo ocorreu uma redução no número de pessoas que vivem com menos de um dólar por dia, de acordo com o relatório anual da Unido, agência da ONU para o desenvolvimento industrial.
O diretor geral da entidade, Carlos Margarinos, informou que entre 1981 e 2001, o total de pessoas que vivem na pobreza absoluta (com renda per capita de um dólar diário) duplicou nos países subsaarianos, passando de 164 milhões a 314 milhões, equivalendo a 47% da população.
Nas outras regiões do mundo, por outro lado, o número de habitantes na pobreza absoluta baixou de 1,287 bilhão a 787 milhões, correspondendo a uma redução de 40%, a 21% da população.
Margarinos advertiu que a meta das Nações Unidas de reduzir a pobreza absoluta até 2015 poderá estender-se a 2050 em alguns países, sobretudo nos mais pobres em matérias-primas e sem saída para o mar. Para alcançar esse objetivo, o Produto Interno Bruto das nações da África subsaariana precisaria crescer pelo menos 4% ao ano, assinalou.
“Se não houver crescimento econômico, será impossível tirar as pessoas da miséria”, disse Margarinos. O relatório da Unido assinalou que apenas alguns países dos mais de 30 estados da região apresentam indicadores favoráveis para alcançar o objetivo da ONU: Benin, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Malawi e Uganda.