Defensores ligados a movimentos de proteção animal iniciaram ontem, na Boca Maldita, Centro de Curitiba, um movimento para colher assinaturas em prol da proibição do aluguel de cães de guarda na cidade. Munidos de faixas e cartazes com fotos dos bichos em situação de maus-tratos, os manifestantes prometem mostrar à Prefeitura o clamor popular pela causa. ?Os animais estão pagando com a vida por esse trabalho, sendo mantidos em pequenos espaços, em situação de abandono e fome?, protesta a presidente da organização não-governamental SOS Bicho, Rosana Vicente Gnipper.
Organizações não-governamentais e Ministério Público vêm lutando há algum tempo pela não-aprovação de um projeto de lei que tramita na Câmara de Vereadores prevendo a regulamentação da atividade que, segundo a presidente da SOS Bicho, inclui cerca de dez empresas em Curitiba com um ?contingente? de três a quatro mil cães. ?Queremos que uma lei contrária seja aprovada, prevendo a proibição. Já promovemos um debate jurídico em favor disso e agora queremos mostrar à Prefeitura que não é apenas um desejo nosso, mas de toda a sociedade.? De acordo com Rosana, denúncias chegam diariamente de pessoas que, sensibilizadas com a situação dos animais, ligam para falar do que vêem principalmente em imóveis vazios e construções inacabadas. ?Como sai mais barato do que contratar vigias, as empresas se utilizam dos cães, que vivem sozinhos, mal-cuidados, sem assistência veterinária?, denuncia. Soma-se a isso o perigo que muitas vezes os animais oferecem à população ao escaparem em busca de comida e abrigo.
Há cerca de um mês, uma cadela da raça rotweiller de uma empresa de aluguel morreu em um terreno no bairro Cajuru.
O animal estava abandonado, desnutrido e ficava em um local sem abrigo, cheio de mato. Na época, várias denúncias foram feitas mas nenhuma atitude foi tomada pela empresa proprietária da cadela.
Os manifestantes se reunirão aos sábados pela manhã durante as próximas três semanas, na Boca Maldita, a fim de colher nomes e entregar o abaixo-assinado na Prefeitura. Quem quiser incluir o nome na lista também pode enviar por e-mail sua manifestação, no endereço sosbicho@sosbicho.org.br.
