ONG e oposição denunciam fraudes em eleições na Rússia

A ONG Golos, defensora do direito de voto e transparência no processo eleitoral russo, recebeu, pelo menos, 700 denúncias de irregularidades nos colégios eleitorais do país durante às eleições regionais e municipais, realizadas neste domingo.

Segundo o site da entidade, em 160 ocasiões foram infringidos os direitos dos observadores e jornalistas acompanharem o pleito nos colégios eleitorais.

Além disso, outras 143 irregularidades foram detectadas, como uso fraudulento das cédulas de votação, pessoas votando fora do local de votação. Também foram reportados casos de alteração do regime de funcionamento dos colégios eleitorais, pressão de autoridades, suborno, violação das normas de propaganda eleitoral.

Assim como fez nas últimas eleições presidenciais e nas legislativas, foi criado um mapa com as infrações no pleito. Devido a esse instrumento, a procuradoria russa iniciou processo contra a ONG.

A oposição também vem questionando o processo eleitoral. Vadim Potomski, candidato ao governo da região de Briansk, do Partido Comunista da Rússia, disse à agência Interfax que observadores da sua legenda já detectaram cerca de 600 infrações, cometidas pelo partido governista Rússia Unida.

Segundo o candidato, há casos de “carrosseis”, que é como se chama, quando grupos de pessoas são levadas para vários colégios eleitorais e depositam seu voto em cada um deles, depois de receber uma cédula de votação.

O Governo russo, no entanto, nega a detecção de qualquer incidente. “O pleito transcorre em clima de tranquilidade. Não houve infração séria durante a votação”, afirmou Yuri Demidov, tenente-general do Ministério de Assuntos Interiores, em entrevista coletiva.

Em cinco regiões do país são realizadas eleições diretas de governadores, abolidas em 2004, durante o primeiro mandato presidencial de Vladimir Putin.

As eleições de hoje são as primeiras depois da entrada em vigor das reformas políticas promovidas por Andrei Medvedev que liberalizaram consideravelmente o registro dos partidos políticos e os requisitos para a inscrição de candidatos nos processos eleitorais.

Essas mudanças foram realizadas depois das eleições parlamentares de dezembro de 2011, denunciadas como fraudulentas por toda a oposição, e que provocaram protestos nas principais cidades do país.

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