A onda de violência provocou mais uma morte na África do Sul. Um homem foi morto a tiros por um soldado quando agredia uma mulher. A polícia foi obrigada a utilizar balas de borracha para dispersar multidões, focos de violência e saques em operações para evitar que mais estrangeiros sejam vítimas de ataque xenófobos que já causaram a morte de pelo menos 42 pessoas e desalojaram 25 mil estrangeiros.
Os ataques xenófobos começaram no dia 11, no bairro de Alexandria, em Johannesburgo. Até sexta, a violência havia se espalhado por pelo menos sete das nove províncias do país e chegou à Cidade do Cabo, capital legislativa da África do Sul, e ao porto de Durban. A população mais pobre acusa os imigrantes de roubarem empregos e aumentarem o índice de criminalidade no país. Outros acusam os estrangeiros pela criminalidade. Em busca de controlar a violência, o presidente Thabo Mbeki convocou o exército para colaborar com a polícia pela primeira vez desde o fim do apartheid, em 1994. Milhares de sul-africanos saíram hoje às ruas de Johannesburgo, maior cidade do país, para pedir o fim dos ataques xenófobos.
Apesar de a violência ter diminuído neste sábado, milhares de imigrantes ainda permaneciam em campos improvisados ou tentavam desesperadamente voltar para seu país. Em Moçambique, país vizinho, funcionários da imigração disseram que só ontem 2 mil pessoas voltaram ao país. Até agora, pelo menos 16 mil moçambicanos deixaram a África do Sul e as autoridades esperam que o número aumente ainda mais.
