Onda de violência deixa 45 mortos no Paquistão

Homens armados mataram pelo menos 45 pessoas em Karachi, a maior cidade do Paquistão, com mais de 16 milhões de habitantes. Dezenas de veículos e lojas foram incendiados nesta terça-feira, enquanto as forças de segurança lutam para retomarem o controle local. O médico da polícia Hamid Parhiar disse que outras 93 pessoas ficaram feridas, segundo dados de hospitais públicos da cidade.

O porta-voz da província de Sindh, Jamil Soomro, disse que pelo menos dez pessoas foram detidas, e que policiais e soldados foram espalhados pela cidade. Escolas e universidades em Karachi e outros centros urbanos próximos receberam ordens do governo para permanecerem fechados nesta terça-feira.

A violência teve início ontem, depois de o legislador provincial Raza Haider ter sido morto a tiros numa mesquita, enquanto se preparava para as orações na área de Nazimabad. Haider era integrante do Movimento Muttahida Qaumi, que governa a cidade, e representa principalmente os descendentes dos imigrantes indianos de fala urdu. O principal rival do Muttahida Qaumi é o Partido Nacional Awami, uma legenda secular nacionalista cujo poder está concentrado no noroeste do país e cuja base étnica é a comunidade pashtun que vive em Karachi.

Nas horas seguintes ao assassinato de Haider, gangues atearam fogo a prédios em Karachi e trocas de tiros ocorreram em várias partes da cidade. Muitas das mortes foram execuções sumárias, disseram as autoridades. Foi iniciada uma investigação para descobrir quem está por traz dos ataques.

Analistas independentes dizem que seguidores de todos os partidos políticos em Karachi estão fortemente envolvidos em atividades criminais como proteção extorsiva e comércio ilegal de terras. Em alguns bairros, homens armados ligados a partidos políticos fazem guarda em postos de verificação.