Onda de violência assola sul da Síria em reação à morte de líder religioso

Um dia após explosões de carros-bomba que mataram o líder religioso sírio Wahid Balous e ao menos outras 25 pessoas, a província de Sweida, no sul da Síria, foi palco de uma onda de violência contra o governo do país. A região, até então, havia ficado à margem da guerra civil que assola o país.

Wahid Balous era da seita minoritária drusa e grande crítico do presidente Bashar Assad. Antes de morrer, Balous havia convocado os jovens drusos da província a se negarem a servir nas forças militares sírias. Ele também criticava os combatentes do grupo Estado Islâmico, que se apoderaram de um terço do território sírio e vêm alimentando a guerra civil que já matou mais de 250 mil pessoas e deixou 1 milhão de feridos.

Hoje, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede na Grã Bretanha, e outros grupos de ativistas informaram que grupos destruíram a estátua do já falecido presidente sírio Hafez Al-Assad, em Sweida, e cercaram agências de segurança do governo, responsabilizando-o pela morte do clérigo. O Observatório disse ainda que o número de mortos no atentado subiu para 37, incluindo seis oficiais de defesa do país que morreram durante os confrontes de hoje com rebeldes. Até o momento, nenhuma organização reivindicou a autoria dos atentados.

Um comandante da polícia da província disse que a “calma e a segurança” prevaleciam em Sweida e negou que houvesse instabilidade no local. Contudo, alguns seguidores de Balous afirmaram em um comunicado que expulsarão as forças de segurança da região.

Em outro comunicado, líderes drusos da localidade exortaram os partidários da seita a manterem a calma diante do recuperação do irmão de Balous, que também ficou gravemente ferido em um dos ataques. Dos 23 milhões de habitantes da Síria contabilizados antes do início da guerra, 5% pertencia à seita drusa, uma ramificação do xiismo do século X. Esta fração está dividida entre partidários e opositores de Assad. Fonte: Associated Press.

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