A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou ontem que os surtos de gripe suína no México e nos Estados Unidos, que já mataram ao menos 20 pessoas, têm o potencial de causar uma pandemia. Em coletiva ontem, a diretora geral da entidade, Margaret Chan, afirmou que a nova cepa H1N1 ainda é pouco conhecida e a situação está evoluindo rapidamente.
“Mas não podemos dizer, com base nas atuais evidências laboratoriais, epidemiológicas e clínicas, se isso (a pandemia) vai acontecer ou não”, disse Margaret. Uma pandemia se caracteriza pela disseminação de uma doença em várias partes do mundo e não apenas numa região, como a epidemia.
Segundo a OMS, as vacinas atuais são ineficazes para imunizar contra a doença, mas o remédio antiviral oseltamivir (comercializado pela Roche, como Tamiflu) demonstrou ser efetivo no tratamento. No entanto, as autoridades não sabem como a epidemia começou.
Os principais sintomas são febre repentina superior a 39 graus, tosse, irritação dos olhos, coriza, dor de cabeça, nos músculos e nas articulações.
Mais mortes
No México, o vírus causou 20 mortes e pode ser responsável por outras 61. Há suspeita de que mais 1,3 mil pessoas tenham se infectado. O presidente Vicente Calderón decretou ontem a transferência do controle da vigilância epidemiológica para o governo federal.
Ontem, nos EUA, mais três casos foram confirmados – um na Califórnia e dois no Arizona -, elevando para 11 o número de infectados. Apenas um continua hospitalizado. Em Nova York, 75 estudantes de uma escola do Queens apresentaram os sintomas e são acompanhados por autoridades de saúde.
Na Inglaterra, um tripulante de um voo da companhia British Airways, que chegou a Londres proveniente da Cidade do México, foi internado ontem com sintomas da gripe suína.