A Organização Mundial do Comércio (OMC) apresentou o que espera ser o rascunho final de um acordo, com novas flexibilidades para os países emergentes e cortes de subsídios considerados ?interessantes? pelo Itamaraty. Mas a proposta, que deve enfrentar resistência nos países ricos e pobres, deixa de fora a liberalização do etanol diante da falta de acordo entre Brasil e Estados Unidos sobre o produto. Os mediadores das negociações da Rodada Doha mostraram quase cem páginas de propostas sobre como liberalizar os setores industrial e agrícola.
A Rodada foi lançada em 2001 e deveria ter sido concluída em 2005. Agora, a tentativa é de fechar um pré-acordo em junho numa reunião ministerial, com base nos textos apresentados ontem. Para o comissário de Comércio da UE, Peter Mandelson, está na hora de um acordo, principalmente diante da crise mundial de alimentos.
Segundo ele, o que as novas propostas trazem à mesa é suficiente para atender aos interesses dos países em desenvolvimento em termos de exportação. Mas nem todos estão convencidos disso e vários governos alertam que estão tendo de pagar um preço alto para ter acesso ao mercado europeu. O preço viria no setor industrial. Para tentar convencer os emergentes a fechar um acordo, a nova proposta dá mais flexibilidade na abertura do setor. O princípio é o de que, quanto maior o corte de tarifas, mais direitos os países terão de escolher setores sensíveis para proteção. No caso do Brasil, esses setores seriam o automotivo, o químico e o de eletrônicos.
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