A polícia de Israel interrogou nesta sexta-feira (2) o primeiro-ministro do país, Ehud Olmert, em sua residência oficial. Olmert foi questionado sobre novas denúncias envolvendo doações eleitorais recebidas de um cidadão norte-americano, informou o escritório do político.
Olmert, ex-prefeito de Jerusalém e primeiro-ministro há dois anos, é suspeito em vários casos de corrupção envolvendo transações de bens e nomeações políticas. Até o momento, porém, não foi acusado formalmente por nenhum delito.
Segundo a polícia, o interrogatório durou uma hora. O escritório de Olmert informou que as perguntas foram relacionadas com doações eleitorais de um norte-americano realizadas entre 1999 e 2002 – antes que ele ocupasse o cargo primeiro-ministro. A nota informou que o dinheiro foi destinado para financiar as eleições para a Prefeitura de Jerusalém e as eleições primárias do antigo partido de Olmert, o Likud.
"O primeiro-ministro respondeu todas as perguntas dos investigadores sobre o tema e continuará cooperando com todas as autoridades legais enquanto for necessário", informou o comunicado. O porta-voz policial não forneceu detalhes sobre o caso.
Baixa popularidade
A investigação pode motivar mais críticas a Olmert, que já amarga uma baixa popularidade mesmo entre seus aliados. Shelly Yacimovich, membro da coalizão que governa o país, pediu o afastamento de Olmert do cargo. Para a integrante do Partido Trabalhista, "está fora de dúvida que o primeiro-ministro não pode estar sob várias investigações, ser suspeito de crimes e ainda liderar o país".
Desde 2006, Olmert tem obtido resultados cada vez piores em pesquisas de popularidade. As pesquisas prevêem a derrota do partido do primeiro-ministro, o Kadima, e o crescimento do oposicionista Likud. As eleições gerais no país estão marcadas para 2010. Porém podem ser realizadas antes, caso a coalizão atualmente no poder se divida e perca a maioria.