O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, teve mais um dia de negociações de um acordo de paz nesta segunda-feira (2) com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas. Em seguida, Olmert planejava uma viagem para os Estados Unidos, que tem entre seus objetivos arrefecer o ânimo dos que pedem sua saída.
Olmert enfrenta o teste mais duro de sua carreira política até o momento. O empresário norte-americano Morris Talansky confessou ter realizado doações a Olmert de milhares de dólares durante anos. Segundo Talansky, não houve nenhuma contrapartida, mas corre contra Olmert uma investigação por suposta corrupção.
O escândalo levou membros do próprio partido de Olmert, o Kadima, e da coalizão governista a pedirem a saída do primeiro-ministro. O líder trabalhista Ehud Barak, também ministro da Defesa, revelou nesta segunda-feira que tem um projeto para derrubar o governo do qual faz parte, provocando a realização de novas eleições. Pesquisas indicam que o vencedor nesse caso seria o oposicionista Benjamin Netanyahu, que tem uma postura dura em relação aos palestinos.
Originalmente, as eleições estão previstas para novembro de 2010. Barak não informou quando enviaria o texto ao Parlamento.
Olmert, enquanto isso, realiza suas atividades normalmente, buscando minimizar a investigação. Os encontros entre ele a Abbas, por exemplo, ocorrem com certa freqüência. O primeiro-ministro israelense nega qualquer irregularidade e prometeu renunciar caso seja indiciado.
Ainda nesta segunda-feira, Olmert viajaria para os Estados Unidos, onde se encontraria com o presidente George W. Bush em Washington. O acordo de paz com os palestinos seria um dos principais tópicos na reunião. Além disso, o líder israelense falaria ao American Israel Public Affairs Committee (AIPAC), influente grupo de lobby pró-Israel nos EUA.