O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, disse que ao continuar construindo em assentamentos na Cisjordânia, Israel não cumpriu totalmente com o acordado no recente plano de paz. "Há uma certa contradição em o que vemos atualmente e o que prometemos", afirmou. "Obrigações não existem apenas para serem cobradas dos outros, devem também ser honradas por nós. Então há um certo problema aqui", disse Olmert, segundo o jornal.
As considerações do primeiro-ministro, publicadas hoje no jornal Jerusalem Post, foram feitas poucos dias antes da visita do presidente norte-americano George W. Bush à região. Bush quer acelerar as discussões entre Israel e os palestinos para finalizar um acordo de paz no final de 2008. Há especulações de que o presidente também visite o Líbano e o Iraque, mas a Casa Branca não confirmou a informação.
O acordo de paz deve ser baseado no plano do mapa do caminho que foi recolocado em discussão na conferência de paz em Annapolis, no Estado norte-americano de Maryland. Na ocasião, em novembro, Israel e palestinos oficialmente retomaram as discussões após sete anos de violência. O mapa do caminho tinha naufragado logo depois de ser apresentado, em 2003, porque nenhum lado cumpriu as obrigações iniciais: Israel não parou as construções em assentamentos na Cisjordânia e os palestinos não reprimiram os militantes.
Israel sustentou por muito tempo que era seu direito continuar a construir nos assentamentos existentes – definindo como "crescimento natural" da população assentada -, algo que o mapa do caminho condena explicitamente. Mas em sua entrevista para o Jerusalem Post, Olmert reconheceu que Israel não estava honrando seus compromissos.
O primeiro-ministro ainda disse que Israel acredita que uma carta de Bush ao governo israelense, de 2004, "torna flexível em certo ponto o que está escrito no mapa do caminho". Nessa carta, Bush afirmou que "os centros de população israelense existentes" devem ser levados em consideração quando as fronteiras finais do Estado palestino forem delimitadas. Israel usou isso para afirmar que poderia manter os maiores assentamentos da Cisjordânia, onde está a maior parte das construções controversas.