Oito homens possuem, sozinhos, a mesma riqueza que outros 3,6 bilhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com um relatório publicado pela organização humanitária internacional Oxfam e apresentado na abertura do Fórum Econômico Mundial, que começou nesta segunda-feira, em Davos.
Segundo o documento, a diferença entre ricos e pobres tem aumentado a cada a cada edição do estudo e numa velocidade maior do que a prevista. “Os 50% mais pobres da população mundial detêm menos de 0,25% da riqueza global líquida. Nesse grupo, cerca de 3 bilhões de pessoas vivem abaixo da “linha ética de pobreza” definida pela riqueza que permitiria que as pessoas tivessem uma expectativa de vida normal de pouco mais de 70 anos”, descreve a ONG, que utilizou números da desigualdade do Credit Suisse Wealth Report 2016.
A Oxfam afirma que 1 em cada 10 pessoas no mundo sobrevive com menos de US$ 2 por dia. Por outro lado, a entidade prevê que o mundo produzirá seu primeiro “trilhardário” em apenas 25 anos. “Sozinho, esse indivíduo deterá uma fortuna tão alta que, se ele quisesse gastá-la, seria necessário consumir US$ 1 milhão todos os dias, por 2.738 anos”, diz o sumário apresentado à imprensa.
De acordo com os dados compilados pela entidade, 7 de cada 10 pessoas vivem em países cuja taxa de desigualdade aumentou nos últimos 30 anos. Entre 1988 e 2011, a renda dos 10% mais pobres aumentou em média apenas US$ 65, ou US$ 3 por ano, enquanto os rendimentos dos 10% mais ricos cresceram uma média de US$ 11,8 mil – ou 182 vezes mais. O fosso que separa os salários de mulheres e homens continua significativo: elas ganham entre 31% e 75% a menos do que homens em todo o planeta.
A íntegra do estudo pode ser encontrada aqui.
(Marcelo Osakabe)