As três semanas de conflito na Faixa de Gaza deixaram 80 mil pessoas desabrigadas e a reconstrução da região atacada levará anos para ser concluída, segundo dados divulgados ontem, em Genebra, pelas Nações Unidas e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha. A ONU anunciou que começou a enviar à região psicólogos para ajudar crianças e famílias a superar os traumas do conflito.

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“Gaza hoje é uma área que parece ter sofrido um enorme terremoto. Milhares de pessoas não têm para onde ir”, afirmou Guido Sabatinelli, responsável de Saúde da ONU nos territórios ocupados palestinos. “A crise humana não vai terminar com o cessar-fogo. Precisamos ter corredores humanitários abertos e de liberdade para que bens possam entrar em Gaza”, afirmou.

Segundo Sabatinelli, 1.300 mortes foram confirmadas – 410 de crianças e adolescentes de até 16 anos. Os feridos já somam mais de 5,3 mil, dos quais 300 tiveram pernas ou braços amputados. No total, 53 estabelecimentos da ONU e de organismos internacionais foram atingidos, entre eles escolas e postos de saúde. Cerca de 400 mil pessoas estão sem água encanada.

A maioria dos desabrigados está dormindo em escolas – apenas em locais mantidos pela ONU são 51 mil pessoas – e o restante está vivendo em casa de parentes. “No total, 80 mil pessoas estão sem casa”, afirmou Dorotea Krimitsas, porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha. “Vai levar muito tempo para reconstruir a região”, disse.

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