O presidente da Costa Rica, Oscar Arias, e o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, anunciaram hoje a formação de uma missão internacional de alto nível que visitará Honduras nos próximos dias. A objetivo da missão é convencer o governo interino de Honduras a aceitar o chamado Acordo de San José, que prevê a volta ao poder do presidente deposto do país por golpe de Estado em 28 de junho, José Manuel Zelaya.
“Vamos ver se conseguimos avançar na aceitação do Acordo de San José e consideramos a possibilidade de formar uma nova missão da OEA, do mais alto nível, com chanceleres, por exemplo”, disse Arias em coletiva de imprensa. “Esta missão terá como meta vencer as dificuldades para que sejam aceitos todos os doze pontos, dos quais o mais importante é a volta do presidente Zelaya e o restabelecimento da ordem constitucional”, disse Arias.
A proposta de doze pontos apresentada em 22 de julho recebeu o apoio de Zelaya, mas foi rechaçada pelo governo de facto liderado por Roberto Micheletti. Insulza disse que já trabalha com chanceleres de países latino-americanos e caribenhos para analisar quem integrará a missão. “Na quarta-feira será discutida no conselho da OEA a designação da missão e acredito que será muito importante que participem chanceleres, primeiro para demonstrar a importância que damos ao assunto e em segundo para que as decisões sejam tomadas sem a necessidade de muitas consultas”, disse Insulza.
Na semana passada, Micheletti sugeriu a Arias que o secretário ibero-americano Enrique Iglesias visitasse Honduras e convencesse os grupos hondurenhos que dão apoio ao governo de facto que aceitem a restauração de Zelaya. Iglesias se encontra nesta semana na capital da Costa Rica, participando de uma viagem a vários países latino-americanos em uma missão da vice-presidente da Espanha, María Teresa Fernández, que representa a União Europeia. Iglesias descartou no momento uma visita a Honduras. Após a Costa Rica, a vice-presidente da Espanha visitará o Brasil, o Paraguai e a Colômbia.