O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, afirmou nesta quarta-feira (7) que não vê riscos para o governo do presidente da Bolívia, Evo Morales, nem perigo de divisão do país, "mas é algo que não se pode descartar".
"Eu vejo riscos de graves tensões, caso não se encontre uma forma de compatibilizar" as partes, advertiu ao fazer alusão ao referendo de autonomia do domingo em Santa Cruz de la Sierra.
"A Bolívia vive um processo de transformação e mudança realmente muito necessário. Hoje em dia governa uma maioria que foi excluída do poder sistematicamente durante muitos anos. Essa gente hoje quer governar, quer se expressar, ter uma Constituição etc.", explicou.
"Por outro lado, há um fenômeno interessante de regionalização pelos departamentos do chamado arco oriental. Sendo menos povoados que os outros têm posições étnicas, prioridades econômicas. O problema é como compatibilizar ambas coisas", enfatizou. Segundo Insulza, o que é preciso na Bolívia é dialogar e chegar-se a um acordo.
"Estamos trabalhando nisso. O secretário de assuntos políticos da OEA, Dante Caputo, já foi três vezes à Bolívia e seguramente irá nos próximos dias para estimular o diálogo", concluiu.