A Organização dos Estados Americanos (OEA) anunciou hoje, em comunicado, que convocou em Washington, nos Estados Unidos, uma reunião de emergência para discutir a crise no Equador. O país decretou situação de emergência após amplos protestos de policiais e militares serem deflagrados, medida que permite que as tropas do exército, não amotinadas, assumam as funções da polícia.
O presidente do Equador, Rafael Correa, disse que as manifestações são uma tentativa da oposição de desestabilizar seu governo e que uma tentativa de golpe de Estado está em curso. “Nós não deixaremos a ordem constitucional ser rompida. Nada irá parar a revolução cidadã”, disse Correa. “É claro que essa é uma tentativa de desestabilizar o governo.”
Policiais e militares da Força Aérea entraram em greve e começaram os protestos contra o governo após o Congresso ter aprovado uma lei que cortará benefícios a policiais e militares. As manifestações rapidamente se alastraram a outras regiões do Equador, levando a bloqueios nas rodovias, tumultos, saques nos supermercados e roubos a bancos.
Enquanto isso, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Florêncio Ruiz, apelou à polícia para que cesse imediatamente os protestos, os quais, afirmou, poderão levar a um “banho de sangue”. Correa também declarou mais cedo que considera seriamente dissolver o Congresso. Isso significaria que ele teria que convocar novas eleições.
Julia Ortega, uma porta-voz do Legislativo, afirmou que o prédio do Congresso foi ocupado por policiais protestando contra a nova lei, que reduz os bônus dos policiais obtidos ao longo dos anos de serviço, entre outras alterações.
Policiais e alguns militares protestam nas ruas de várias cidades do Equador. As forças de segurança tomaram também o controle do principal aeroporto internacional da capital, Quito, provocando a suspensão de voos. Com informações da Dow Jones.