A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou nesta quarta-feira (5), por aclamação, uma resolução sobre a crise diplomática entre a Colômbia e o Equador. O embaixador e vice-chanceler da Venezuela Jorge Valero, disse que com a resolução "foi criado um precedente". "Pela primeira vez, a OEA diz que um Estado invadiu a outro e que este Estado transgrediu o direito internacional. De agora em diante, qualquer Estado que quiser invadir outro pensará duas vezes", disse.

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A chanceler equatoriana, María Isabel Salvador, disse que o acordo "é um êxito para o Equador." "Nós consideramos que é uma resolução apropriada às circunstâncias da Colômbia", afirmou o embaixador colombiano na OEA, Camilo Ospina. A sessão especial foi convocada para discutir a crise desencadeada pela incursão militar colombiana em território equatoriano, no sábado, na qual foram mortos o número dois das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Raúl Reyes, e mais 16 rebeldes.

A sessão foi suspensa no início da madrugada de hoje, depois de cerca de dez horas de debates, sem que houvesse acordo sobre uma resolução e em meio a alertas de que a OEA ficaria à beira da irrelevância se não chegasse a um acordo. Um desses alertas partiu de Valero, que acusou o governo colombiano de difundir "mentiras e patranhas" sobre a ajuda que o presidente Hugo Chávez estaria prestando às Farc e pediu uma "enérgica condenação" para a Colômbia.

Questionado sobre o que achava da resolução anunciada por Ospina e Salvador não conter uma condenação hemisférica ao ataque colombiano, Valero disse que é "uma coisa de interpretação." "A resolução descreve o delinqüente, faz uma fotografia do delinqüente, apresenta-o com todos os seus sinais e diz ‘este é o delinqüente’", respondeu.

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