A atual direção da União Africana (UA) partiu ontem para o ataque contra o Ocidente, acusando Europa e Estados Unidos de criarem “novos Iraques” no continente com as intervenções na Líbia e na Costa do Marfim. O jornal O Estado de S. Paulo foi um dos cinco jornais convidados a encontrar o atual presidente da UA, o ditador de Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema.

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“A comunidade internacional não pode definir o futuro do continente. A África não precisa de intervenção estrangeira. Sabemos que as sociedades africanas querem uma abertura, mas ela será gradual e segura. Caso contrário, corremos o sério risco de cometer erros irreparáveis”, alertou Obiang.

No poder há 32 anos, o ditador diz que “mudanças ocorrerão” nos regimes africanos diante da pressão por mais liberdade. “Sabemos que o povo quer governos mais abertos. A classe média não é só a classe econômica. É também uma classe cultural e um sistema de valores”, disse. “Mas a abertura deve ser gradual e segura. Ou, provavelmente, cometeremos erros irreparáveis.”

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