A coalizão pró-Ocidente venceu as eleições parlamentares na Sérvia, segundo resultados preliminares divulgados por observadores independentes. O resultado da votação, neste domingo (11), mostrou que os reformistas devem manter o poder, apesar do descontentamento dos ultranacionalistas após a declaração de independência de Kosovo.
O presidente Boris Tadic anunciou a vitória da Coalizão por uma Sérvia Européia, integrada por ele, no próprio domingo. Porém não estava claro se o grupo seria capaz de formar um novo governo, contando com o apoio de partidos minoritários. Com 50% dos votos nacionais computados, o Centro pelas Eleições Livres e pela Democracia informou que o bloco de Tadic tinha 39% do total. O ultranacionalista Partido Radical Sérvio, de Tomislav Nikolic, vinha em uma distante segunda posição, com 28,6%. O bloco conservador do primeiro-ministro Vojislav Kostunica tinha 11,6%, segundo o grupo de monitoramento. "A coalizão de Tadic venceu essas eleições de modo convincente", disse Zoran Lucic, porta-voz do instituto.
Partidários de Tadic foram para as ruas após o anúncio extra-oficial. Portavam bandeiras da União Européia e do partido e buzinavam seus carros, comemorando. A eleição de hoje foi a primeira desde a declaração de independência de Kosovo, em fevereiro. Muitos esperavam que o descontentamento pudesse levar a uma vitória do Partido Radical – o que aparentemente não ocorreu. Segundo funcionários encarregados da eleição, o comparecimento foi de 60%. O número é menor que o registrado nas eleições presidenciais de janeiro, mas expressivo para uma votação parlamentar.
Segundo o ministro de Defesa de Tadic, Dragan Sutanovac, a vitória do Partido Democrático foi a escolha "da democracia ao invés do mito". Sutanovac afirmou que a sigla aceita discutir uma coalizão com qualquer partido, exceto com o Radical.
Também houve votação em Kosovo, hoje, onde líderes sérvios organizaram eleições paralelas em desafio às autoridades internacionais. A Organização das Nações Unidas qualificou esse pleito como ilegal, mas não impediu que quem quisesse fosse votar.
Kostunica e outros nacionalistas tentaram capitalizar o fato de Kosovo ter declarado a independência. Vários países, como Estados Unidos, Japão e várias nações européias reconheceram a separação da província. Para os sérvios, a região é o berço de sua civilização.