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Obrador anuncia venda de aviões e corte de salários

O avião luxuoso usado para transportar os presidentes do México ao redor do mundo está prestes a partir em definitivo, uma das promessas de campanha do novo presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, para combater o que ele criticou como um símbolo imponente do excesso.

“Estamos vendendo todos os aviões e helicópteros que os políticos corruptos usavam”, disse Obrador em evento em Xalapa, no Estado de Veracruz, ao fim de seu primeiro dia no cargo. Na ocasião, ele mencionou outras promessas de campanha populistas, como o fim das pensões de ex-presidentes e cortes no salário de funcionários de alto escalão do governo, que ele descreveu como “economias significativas”.

O ministro das Finanças, Carlos Urzúa, convocou uma entrevista na Cidade do México, no domingo, diante do Boeing 787 Dreamliner, o avião presidencial, para anunciar que “muito em breve” a aeronave será posta à venda. Em seguida, fotógrafos e cinegrafistas entraram no avião para conhecer seu interior decorado com selos oficiais do governo e monitores de tela plana, além do quarto presidencial e o que parecia ser um banheiro com acabamento em mármore.

O jato presidencial de US$ 218 milhões adquirido no fim de 2012 é um de 60 aviões do governo que serão vendidos, além de 70 helicópteros, segundo Urzúa. O avião seria levado ontem ao aeroporto de Victorville, na Califórnia, EUA, por recomendação da Boeing, enquanto espera por um novo proprietário, de acordo com comunicado emitido ontem pelo Ministério das Finanças.

Casa do Povo

Na manhã de sábado, pouco antes de sua posse, o político de esquerda ordenou a abertura das portas de Los Pinos, a residência oficial dos presidentes mexicanos há oito décadas. Muitas famílias relaxaram nos jardins, correram pelos corredores para espiar escritórios e quartos e ouviram conjuntos musicais convidados para tocar.

Conhecido por sua vida simples, Obrador disse muitas vezes que não morará em Los Pinos, preferindo converter o palácio presidencial em um centro cultural. O presidente mexicano venceu a eleição de julho com grande vantagem em parte por ter capitalizado o descontentamento generalizado da maior parte da população com a elite governante do país, vista por muitos como alienada e profundamente corrupta. (Com agências)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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