Com a certeza de que o voto latino definirá a eleição de 2012, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez ontem a primeira visita de um presidente americano em 50 anos a Porto Rico, território autônomo dos EUA no Caribe desde 1898. Obama arriscou palavras em espanhol para agradar aos anfitriões, defendeu a realização de dois plebiscitos para a definição do modelo de relação entre Washington e a ilha e recolheu doações para sua campanha.
Obama desembarcou em San Juan, capital porto-riquenha, sem a companhia da primeira-dama, Michelle, para cumprir sua promessa de campanha de visitar a ilha. O presidente levou o relatório final da força-tarefa criada no ano passado para estudar o status legal de Porto Rico, documento que recomendou a realização dos dois plebiscitos. A ilha é um território – não um Estado – onde vivem 3,7 milhões de pessoas. Seus contribuintes são isentos de tributos federais, mas não têm direito a voto nas eleições presidenciais. Outros 4,6 milhões de porto-riquenhos, porém, vivem nos EUA, onde quase sempre são tratados como cidadãos de segunda classe.
“O presidente acredita ser muito importante resolver o status (de Porto Rico) e os problemas econômicos da ilha. Ele está muito contente por estar aqui”, afirmou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, ao ser questionado sobre os objetivos da visita.
O apoio às consultas populares, ainda não marcadas, é visto no Partido Democrata como uma tese simpática aos imigrantes latino-americanos com direito a voto. No caso de Porto Rico, a possibilidade de independência é considerada improvável, pelo fato de a metade de sua população viver nos EUA sem necessidade de autorização de residência, como os imigrantes de todos os outros países. A crise econômica, porém, atingiu mais a ilha do que muitos Estados americanos, o que causou insatisfação e reacendeu a tese da separação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.