O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assina hoje na Casa Branca a lei da reforma do sistema de saúde, que vai estender assistência médica para 32 milhões de norte-americanos que atualmente não têm seguro. Mas apesar de a reforma ser um avanço histórico – EUA eram o único país rico que não garantia acesso universal -, não se sabe se a lei trará dividendos políticos para Obama. Para ganhar o apoio da população, Obama vai começar uma ofensiva de relações públicas na quinta-feira, com uma viagem a Iowa.
Aprovar a lei foi duro, mas ganhar o apoio da população para a reforma será mais difícil ainda. Muitos acham que as eleições legislativas de novembro serão um referendo sobre a reforma. Se os eleitores aprovarem as mudanças, será bom para os democratas. Senão, os democratas podem até perder a maioria que detêm tanto na Câmara como no Senado. “Cada uma das disputas eleitorais de novembro será um referendo sobre a reforma”, disse o líder dos republicanos no Senado, Mitch McConnell.
Grande parte dos norte-americanos (segundo a última média do Pollster.com, 49,9%) é contra a reforma. O presidente Obama considera que, uma vez aprovada, a reforma será compreendida melhor pelos norte-americanos. Assim, ele e outras altas figuras do partido vão passar os próximos meses “vendendo” a reforma para o público, para colher os frutos na eleição de novembro.
Já a oposição republicana deverá passar os próximos meses tentando convencer os eleitores de que a reforma era mesmo o pesadelo que eles pintaram, a qual estatizará o sistema de saúde e arruinará a assistência médica. A reforma foi aprovada no domingo, com 219 votos a favor e 212 contra. Nenhum republicano votou a favor da lei. A legislação estava tramitando no Congresso há 14 meses. Era a prioridade da agenda doméstica de Obama.