O presidente dos EUA, Barack Obama, sancionou hoje a lei orçamentária provisória que permite ao governo do país continuar funcionando por mais uma semana, enquanto prossegue no Congresso o esforço para negociar um acordo em torno de um Orçamento que vigore até o fim do ano fiscal, em 30 de setembro.
A lei inclui cortes de gastos de US$ 2 bilhões, como “adiantamento” para as reduções de despesas de US$ 38 bilhões que os dois partidos concordaram em fazer como parte do acordo para o Orçamento definitivo.
Os partidos Democrata, de Obama, e Republicano, de oposição, só chegaram a um acordo para a lei de financiamento provisório às 10h30 locais de ontem (23h30 em Brasília), uma hora e meia antes do horário em que, tecnicamente, o governo dos EUA teria de fechar por falta de recursos. Em seguida, o projeto foi aprovado rapidamente pelas duas Casas do Congresso. Agora, os congressistas terão até a meia-noite de quinta-feira para aprovar o acordo definitivo.
Segundo um alto funcionário do governo, as conversações dos próximos dias vão ser não apenas em torno de uma proposta de Orçamento para este ano fiscal, mas também para os próximos anos. “Teremos não apenas o Orçamento do próximo ano, mas também um compromisso das principais lideranças em Washington de que tentarão lidar com o déficit e com a dívida, e esse é um debate que estamos ansiosos por começar logo”, disse o funcionário.
Nas próximas semanas, o Congresso também vai debater propostas de elevação do limite de endividamento do governo. O líder da minoria no Senado, Mitch McConnell (Partido Republicano/Kentucky), disse na noite de ontem que seu partido vai exigir medidas “significativas” para a redução da dívida pública em troca de votos para elevar o teto de endividamento. “Minha definição de ‘significativo’ é o que os mercados financeiros, o povo americano e os países estrangeiros veem como significativo”, disse McConnell.
O governo dos EUA rotineiramente emite bônus de dívida para honrar seus compromissos financeiros, que incluem o pagamento de juros aos credores, e o limite desse endividamento é definido pelo Congresso. O teto de endividamento está atualmente em US$ 14,294 trilhões e o país tem atualmente um estoque de dívida na casa de US$ 14,2 trilhões.
O Departamento do Tesouro quer elevar o teto de endividamento imediatamente e já divulgou a previsão de que o teto atual deverá ser atingido em 16 de maio, com risco de o governo ver-se obrigado a declarar moratória em 8 de julho se o Congresso não aprovar uma elevação. As informações são da Dow Jones.