Na semana que marca o oitavo aniversário da ofensiva dos Estados Unidos ao Afeganistão, o presidente Barack Obama afirmou a líderes do Congresso que não reduzirá o contingente militar ou restringirá a missão norte-americana meramente a operações de contraterrorismo. A nova posição do líder dos EUA foi anunciada um dia antes de ele se reunir com seu gabinete de segurança a portas fechadas na Casa Branca e receber um pedido formal do comandante das forças norte-americanas no Afeganistão, general Stanley McChrystal, para que sejam enviadas mais tropas para combater o Taleban e a Al-Qaeda.
A iniciativa do general, examinada pelo comando militar norte-americano e pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), tem como objetivo convencer o presidente a ampliar as forças no Afeganistão antes do fim deste mês, quando ele deve definir qual estratégia seguirá na guerra – que já é a terceira mais longa da história dos EUA, depois da de Independência e a do Vietnã.
Adotando a questão afegã como a sua prioridade nesta semana, segundo seu porta-voz, Robert Gibbs, Obama se reuniu ontem com a secretária de Estado, Hillary Clinton, o secretário da Defesa, Robert Gates, o assessor de segurança nacional, Jim Jones, e o vice-presidente, Joe Biden. Especialistas da área acadêmica e militar também foram ouvidos. O resultado do encontro não havia sido divulgado até a noite de ontem.
Obama diz que a guerra – que conta com o apoio de apenas 40% da população norte-americana, segundo pesquisa da agência de notícias Associated Press – não será reduzida apenas a um esforço de contraterrorismo, com a retirada de muitas forças dos EUA. Esta saída tem sido atribuída ao vice-presidente, mas autoridades norte-americanas negam que seja verdade. De acordo com seu porta-voz, “o presidente tomará uma decisão, seja ela popular ou impopular, com base no que ele considera ser o melhor para o interesse do país”.