Obama recebe apoio do popular senador Casey da Pensilvânia

O pré-candidato democrata Barack Obama recebeu nesta sexta-feira (28) o apoio de Bob Casey, um popular senador norte-americano da Pensilvânia. O Estado é fundamental na disputa entre Obama e sua rival pela indicação do Partido Democrata, Hillary Clinton.

O apoio do senador Casey pode ajudar Obama a conquistar o voto dos católicos, mais de 30% da população do Estado. Além disso, Casey também tem bastante popularidade entre eleitores brancos da classe trabalhadora, conhecidos como os "democratas do Casey" O senador é filho de um ex-governador, de mesmo nome, conhecido por sua oposição ao aborto e por apoiar o direito de andar armado.

Hillary ganhou com folga de Obama entre a classe trabalhadora em Ohio e no Texas, em 4 de março. Ela mantinha uma vantagem de mais de dez pontos percentuais sobre Obama em recentes pesquisas com eleitores da Pensilvânia. Uma vitória da ex-primeira-dama poderia fortalecê-la na corrida, mesmo se mantida a vantagem do rival no total de delegados.

Mas alguns membros do Partido Democrata demonstram preocupação sobre a corrida pela indicação do partido. Existe o temor de que a desgastante disputa deixe caminho aberto para a consolidação do nome de John McCain, já indicado pelo Partido Republicano.

O senador Patrick Leahy, que antes já havia anunciado seu apoio a Obama, recomendou que Hillary desista da disputa. "A senadora Clinton tem todo direito, mas não uma razão muito boa para permanecer candidata por quanto tempo deseje", afirmou Leahy em um comunicado.

Na corrida democrata, Obama supera Hilary em número de delegados Ele possui 1.621, enquanto Hilary obteve 1.499 nomes. O cálculo inclui os resultados das primárias e caucuses e também a estimativa de voto dos superdelegados – membros do partido com direito de votar em quem quiser, independentemente do resultado das consultas anteriores.

O presidente do Partido Democrata, Howard Dean, afirmou na quinta-feira (27) que as acusações entre os dois candidatos se tornaram muito pessoais. "Não se quer desmoralizar a base do Partido Democrata com democratas atacando um ao outro", disse.

"Os partidários (de cada candidato) deveriam ficar quietos sobre isso (ataques pessoais), porque é prejudicial para a vitória potencial de um democrata", avaliou Dean.

Enquanto isso, McCain trabalha para tentar consolidar uma vantagem sobre os democratas nas eleições gerais. Uma propaganda republicana recente mostra o candidato preso no Vietnã e o denomina como "o presidente americano pelo qual os americanos estavam esperando".

O senador pelo Arizona almeja impor o tom da campanha e consolidar seu nome antes de conhecer seu rival democrata na disputa. Os democratas têm descrito McCain como próximo ao governo, o que traria apenas uma continuação das políticas do presidente George W. Bush, no momento em que o público anseia por mudanças no governo federal e se frustra com a guerra no Iraque.

Por enquanto, o anúncio de McCain será transmitido apenas no Novo México, Estado que não tem historicamente sempre a mesma posição na disputa entre republicanos e democratas. Segundo seus auxiliares, McCain espera em breve utilizar o comercial em outros Estados.

O apoio conseguido desta sexta-feira (28) é uma ótima notícia para Obama. Na semana passada, o senador por Illinois passou a maior parte do tempo tentando justificar declarações polêmicas de seu ex-pastor, Jeremiah Wright. O tema da raça e das relações exteriores norte-americanas foram então bastante presentes nos discursos.

Uma nova pesquisa divulgada pelo Pew Research Center mostra que Obama aparentemente conseguiu superar a turbulência causada pela divulgação de discursos de Wright. Ele mantém uma vantagem de dez pontos percentuais sobre Hilary. Eleitores entrevistados entre 19 e 22 de março concedem uma vantagem de 49% a 39% para Obama.

A nova sondagem, divulgada na quinta-feira (27), mostra Obama com uma vantagem de 49% a 43% sobre McCain. Hilary também aparece à frente do republicano, com 49% a 44%. Outras pesquisas indicaram margens menores, e algumas inclusive ligeira vantagem para McCain.

Obama sugeriu na quinta-feira (27) que teria deixado sua igreja em Chicago caso o reverendo Wright não tivesse se aposentado. O religioso disse, por exemplo, que o governo havia inventado a aids para destruir as "pessoas de cor" e chegou a gritar "Deus amaldiçoe a América", ao tratar do tratamento do país às minorias.

O pré-candidato realizou um discurso na semana passada sobre o tema da raça. Neste, ele condenou os comentários de Wright, mas não repudiou a pessoa do pastor.

Também na quinta-feira (27), Obama e Hilary anunciaram propostas para fortalecer a economia norte-americana, em um momento de desaceleração e preocupação com o tema.

Obama pediu mais regulação e monitoramento do governo sobre o sistema financeiro norte-americano. Além disso, pediu que os donos de casa com dificuldade de saldar hipotecas recebessem mais apoio estatal.

Já Hillary se concentrou na insegurança em relação ao emprego na Carolina do Norte. A pré-candidata pediu mais investimentos para os trabalhadores, de modo a qualificá-los para que não percam ou consigam um emprego.

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