Em linha com sua promessa de campanha de reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prevê na proposta de orçamento apresentada hoje levantar US$ 646 bilhões a partir da introdução de novas leis relacionadas às mudanças climáticas até 2020. Obama pretende levantar recursos com a redução das emissões e leilão de direitos para emissão de gases poluentes. O presidente norte-americano diz que pretende cortar as emissões de gases, como o dióxido de carbono, em 14% ante os níveis de 2005 até 2020 e em 83% ante os níveis de 2005 até 2050.

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O orçamento prevê um aporte de US$ 150 bilhões das receitas levantadas até 2020 para financiar projetos de energia limpa e energia com baixa emissão de carbono. O restante ajudará os cidadãos, as comunidades e as empresas a pagarem pela cara transição a um novo padrão energético, informou a Casa Branca. O governo deve começar a recolher os recursos em 2012.

“A administração está desenvolvendo um plano amplo de energia e mudança climática para investir em energia limpa, encerrar sua dependência do petróleo, enfrentar a crise global de mudança climática e criar novos empregos aos americanos que não podem ser terceirizados”, consta no texto da proposta de orçamento.

Embora Obama prefira que o Congresso aprove uma legislação para criação de um programa para reduzir a emissão de gases do efeito estufa – para criar um mercado global de trilhões de dólares de crédito de carbono -, ele orientou a Agência de Proteção Ambiental para dar início a estruturação de regras para regulamentar as emissões, como uma medida preventiva.

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Ato de Ar Limpo

Os responsáveis pela questão da mudança climática da administração Obama disseram no começo da semana que a agência em breve faria uma declaração oficial apontando o dióxido de carbono como um perigo para a saúde pública e para o bem-estar da população, lançando uma regulamentação para emissão de dióxido de carbono por meio do Ato de Ar Limpo para indústrias emissoras – como refinarias, indústrias químicas, do setor de cimento, vidro e metais, além de outras.

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A administração ameaçou usar o Ato de Ar Limpo – o qual os críticos consideram um instrumento cego se comparado à legislação que prevê a compra de crédito para emissão de gases que causam o efeito estufa – se o Congresso não aprovar a tempo as leis de mudanças climáticas que estão alinhadas à administração Obama. A nova estratégia para mudanças climáticas é um dos motivos pelos quais a Casa Branca propôs elevar os gastos da Agência de Proteção Ambiental em 34,6%, para US$ 10,5 bilhões, em 2010, em relação aos gastos previstos em 2009, de US$ 7,8 bilhões.