Obama pede ação do Congresso sobre reforma da saúde

O presidente dos EUA, Barack Obama, utilizou seu programa semanal de rádio para conclamar os congressistas a marcarem a votação final para a versão democrata do pacote de reforma da saúde, rejeitando os pedidos dos republicanos de reelaboração de um plano com suporte bipartidário. O presidente disse que o “Congresso precisa agir agora” e “deve à população norte-americana uma votação sobre a reforma do seguro saúde”.

Obama reiterou que o momento para conversas acabou, observando que a reformulação do sistema de saúde foi debatida ao longo de quase um ano e que, mais recentemente, foi tema de um dia inteiro de negociações em um encontro bipartidário na Casa Branca. Ele disse que desejava ver as ideias republicanas incorporadas ao projeto final e que a legislação não inclui “provisões especiais que não tenham espaço na reforma da saúde”.

“A proposta que está sendo formulada acabaria com as piores práticas da indústria de seguros, reduziria os custos para milhões de norte-americanos e daria aos indivíduos e empresas de pequeno porte o mesmo tipo de escolha de seguro saúde privado que os membros do Congresso têm para si mesmos. E enquanto serão necessários alguns anos para implementá-los totalmente, há inúmeros benefícios e proteções que poderiam entrar em vigor neste ano”, afirmou.

Entre alguns pontos, Obama disse que o projeto impede que seguradoras se recusem a cobrir despesas ligadas a condições de saúde pré-existentes, incluindo em crianças, e que abandonem pessoas seguradas quando ficam doentes. Ele citou outros aspectos da proposta, como a que permite que jovens sigam como dependentes dos planos de saúde de seus pais até os 26 anos; a que proíbe a imposição de limites anuais para despesas e a que estabelece um procedimento de apelação independente para aqueles que se sentirem prejudicados pelos grupos de seguros.

Os novos planos de seguro deverão ter de oferecer tratamento preventivo sem custos, o que, segundo o presidente, ajudará no diagnóstico de algumas doenças em fase inicial ou na prevenção de outras. Ele disse que os idosos norte-americanos se beneficiariam do projeto, que propiciaria US$ 250 para remédios prescritos por médicos para aqueles que se encontravam no “doughnut hole” – termo que se refere ao buraco do sistema atual para cobertura de remédios.

“O que não vai mudar quando a lei for assinada é que se você gosta do plano de seguro que detém agora, poderá mantê-lo. Se você gostar do seu médico, você poderia mantê-lo. Porque nada poderá entrar no meio dessa relação entre a família e os médicos”, acrescentou.

Obama enfatizou que se o Congresso fracassar e não agir, as filas de pessoas sem planos vão continuar crescendo, enquanto os custos crescentes do Medicare e Medicaid, os programas federais de saúde voltados para idosos e pobres, “vão afundar nosso governo para níveis ainda mais profundos de endividamento”. (Patricia Lara)