O presidente Barack Obama disse hoje que os Estados Unidos estão mudando sua política para o Sudão. Washington vai oferecer incentivos para que o país melhore as condições humanitárias de sua população e trabalhará pela paz interna do país. O presidente norte-americano disse, porém, que a pressão da comunidade internacional será mantida se o Sudão não seguir as regras.
Obama anunciou que em breve renovará as duras sanções contra o governo do presidente Omar al-Bashir, condenado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes contra a humanidade e crimes de guerra por ter sido o mentor de ataques na região de Darfur, sul do Sudão. “Se o governo do Sudão agir para melhorar o panorama e avançar para a paz, haverá incentivos. Caso contrário, haverá aumento da pressão imposta pelos EUA e pela comunidade internacional”.
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, anunciou os detalhes da nova abordagem do Departamento de Estado, que considera o Sudão um “Estado patrocinador do terrorismo”. “Ficar à margem não é uma opção”, disse Hillary, que estava acompanhada da embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice, e de Scott Gration, o enviado especial da presidência para o Sudão. “Depende de nós e de nossos parceiros na comunidade internacional fazermos um esforço concentrado e sustentado para ajudar na conquista de uma paz duradoura e de estabilidade no Sudão e evitar mais conflitos que produzam vasto mar de miséria humana e desperdicem o potencial e a segurança de uma região vital do mundo”.
A ONU diz que o conflito em Darfur resultou na morte de pelo menos 300 mil pessoas vitimadas por violência, doenças e deslocamentos desde fevereiro de 2003, quando grupos étnicos pegaram em armas contra o governo de Cartum, dominado pelos árabes. Cerca de 2,7 milhões de pessoas deixaram suas casas. Na fase mais crítica do conflito, a situação foi chamada de a pior crise humanitária do mundo. Obama chegou a falar em genocídio.
O secretário de imprensa da Casa Branca, Robert Gibbs, foi questionado sobre como Obama pode trabalhar mais próximo de alguém que ele acredita ser culpado de um crime dessa intensidade. “Estamos tentando buscar uma solução abrangente para a crise humanitária que continua a afligir Darfur, bem como um acordo de paz entre o Norte e o Sul”, revelou.