O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, encerra o seu primeiro ano de mandato declarando vitórias na reforma do sistema de saúde e na conferência sobre o clima de Copenhague – suas últimas atuações de peso em 2009. Para muitos analistas, porém, estas conquistas estão longe de serem consideradas verdadeiros avanços e ficaram aquém das expectativas do líder norte-americano quando ele assumiu, em janeiro, prometendo mudanças.
No campo doméstico, Obama avançou um pouco na economia, com o Produto Interno Bruto (PIB) voltando a crescer e os bancos pagando os empréstimos do governo. Mas o desemprego continua em 10%. Sua administração finalmente conseguiu no sábado um acordo que lhe garante os 60 votos necessários para aprovar a reforma da saúde no Senado até o fim do ano.
No entanto, ficaram de fora da nova lei alguns pontos importantes para o presidente, como o projeto de criar um plano estatal de saúde. Ao lançar o seu plano de reforma, Obama deixou claro que aceitaria mudanças e seu objetivo era conseguir o apoio dos dois partidos. Os republicanos ficaram praticamente de fora no final. Além disso, alguns senadores democratas, mais conservadores, ameaçaram votar contra o projeto. No fim, o número mágico de 60 senadores foi alcançado.
Levantamento
Na área externa, a conferência na Dinamarca foi vista como um relativo sucesso de Obama pela imprensa dos EUA, numa leitura diferente da realizada em outros países, inclusive no Brasil. O jornal “Washington Post” qualificou o acordo como “imperfeito”, mas não viu fracasso. Para o “New York Times” o pacto foi “relutante”, porém Obama não saiu perdendo.
Sua disposição de diálogo com Teerã não teve resultados no que diz respeito às negociações sobre o programa nuclear iraniano. Um novo acordo para a redução no arsenal nuclear tampouco foi assinado com a Rússia. A prisão de Guantánamo não será fechada no prazo previsto. No Oriente Médio, israelenses e palestinos não voltaram a negociar.
Além disso, no Iraque, o presidente seguiu com a retirada iniciada por George W. Bush. E, conforme ele afirmou em sua campanha, priorizou a guerra no Afeganistão, elevando para cerca de 100 mil o contingente militar norte-americano no país.