O presidente Barack Obama usou o discurso sobre o Estado da União para falar do desafio dos legisladores dos partidos democrata e republicano para superar as divisões partidárias e resolver as questões que vão permitir que os Estados Unidos sejam competidores globais. “Para conquistarmos o futuro, precisamos assumir desafios que podem levar décadas até serem concretizados”, disse Obama à sessão conjunta do Congresso, realizada na noite de terça-feira (21h em Washington, 0h de quarta-feira em Brasília).
Ele pediu ao Congresso que apoie o acordo de comércio com a Coreia do Sul, solicitando aos legisladores que coloquem de lado as questões partidárias para melhorar a competitividade do país. “Este acordo tem apoio sem precedentes dos empresários e trabalhadores, democratas e republicanos e eu peço a este Congresso que o aprove o mais rápido possível”.
Obama propôs a redução da alíquota dos impostos para empresas. Segundo ele, isso é possível “sem acrescentar um centavo ao déficit” do país. Para isso, é necessário cancelar os benefícios fiscais concedidos a alguns setores.
“Peço aos democratas e republicanos que simplifiquem o sistema”, disse Obama. “Vamos acabar com os benefícios fiscais e usar os recursos poupados para reduzir a alíquota fiscal pela primeira vez em 25 anos, sem elevar nosso déficit”.
Obama propôs o aumento nos gastos com infraestrutura para impulsionar a criação de empregos e estimular a economia. Mas o projeto vai enfrentar um obstáculo: os recursos para a construção de estradas são escassos e nenhum dos partidos se mostra propenso a elevar os impostos sobre a gasolina.
O presidente propôs um plano de seis anos para reformar estradas, pontes e sistema de trânsito, além da criação de um banco nacional de infraestrutura para levantar recursos privados. “Nossa infraestrutura já foi a melhor do mundo, mas perdemos esta liderança”, disse Obama. “Temos de fazer melhor. A América é o país que construiu a ferrovia transcontinental, levou eletricidade a comunidades rurais e construiu o sistema de estradas interestadual”.
Ele também pediu mais recursos para a construção de linhas de trem, além de uma “iniciativa nacional wireless” para proporcionar acesso à internet para a maioria das residências norte-americanas.
“Nós precisamos inovar mais, educar mais e superar o restante do mundo”, disse ele. “Temos de fazer dos Estados Unidos o melhor país do mundo para fazer negócios”.
Obama pediu também que gastos não relacionados à segurança e à seguridade social sejam congelados por cinco anos, mas isso não deve afetar alguns dos itens mais caros do Orçamento, tais como o sistema de assistência à saúde Medicare, os gastos militares, a Seguridade Social, a prevenção a ataques terroristas e a ajuda a outros países. O presidente disse que vai buscar “cortes e eficiências” em outras áreas, como a desaceleração dos gastos militares, que em cinco anos deverá representar uma economia de US$ 78 bilhões. As informações são da Dow Jones.