O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, pretende retirar as tropas do Iraque, acabar com a Al-Qaeda no Afeganistão e fechar a prisão na baía de Guantánamo. Em entrevista ontem ao programa 60 Minutes, da emissora de televisão americana CBS, o democrata acena com mudanças profunda na política externa em relação a George W. Bush. Na conversa, negou que desistirá das onerosas promessas de campanha que agradam aos aliados dos EUA, apesar de dar poucos detalhes sobre como conseguirá fazer isso com crise.
Colocar a economia de novo nos eixos será a prioridade número um. Além disso, o democrata revelou que pelo menos um membro do Partido Republicano comporá seu gabinete. Ele admitiu que se encontrou com a ex-rival nas primárias do partido Hillary Clinton, na semana passada. Porém, não quis comentar os boatos de que a ex-primeira-dama possa ser a próxima secretária de Estado.
Segundo o presidente eleito, assim que assumir, em 20 de janeiro, haverá reuniões com os responsáveis para a elaboração de um plano para a retirada das tropas do Iraque. “Particularmente em vista dos problemas que estamos tendo no Afeganistão, que continuam a piorar”, apontou.
Obama falou ainda sobre a necessidade de se combater a Al-Qaeda, o que segundo ele é uma “prioridade máxima”. Além disso, afirmou que a prisão do chefe da rede terrorista, Osama bin Laden, era “crucial” para a segurança dos EUA.
“Eu disse repetidamente que pretendo fechar Guantánamo, e eu cumprirei isso”, afirmou Obama, ao falar sobre a prisão em uma base militar mantida pelos norte-americanos em território cubano. Obama também condenou a tortura e afirmou que acabará com a prática. Porém, o senador não deu detalhes sobre para onde os prisioneiros de Guantánamo serão levados, se iriam para prisões civis, ou mesmo se alguns seriam liberados. As alterações em relação às tropas do Iraque e Guantánamo podem ser feitas por decretos semelhantes às medidas provisórias brasileiras.
Obama disse ainda que, no Congresso, sua prioridade inicial seria obter mais um pacote de estímulo para recuperar a economia. Isso caso os democratas da legislatura que está deixando a Casa não consigam convencer os republicanos a apoiarem a medida. As informações são da Dow Jones.